Difícil falar de uma autora famosa, mulher respeitada e admirada no mundo todo como intelectual, de vanguarda, uma filosofa. Mas eu e Simone de Beauvoir não nos entendemos nessa primeira leitura.
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Um dos cafés preferidos, onde grande parte da história se passa, Le Dôme |
A convidada é um livro muito chato. Ponto.
Foi o primeiro romance de Beauvoir, no qual ela descreve a relação tormentosa de Françoise e Pierre, ele ator e ela escritora. A misteriosa Xavière, moça na faixa dos 20 anos e Françoise já com 30, vem para conturbar a relação dos dois, mas nitidamente é empurrada para os braços de Pierre pela própria Françoise, num triângulo amoroso bastante estranho.
A chegada iminente da 2ª guerra mundial é um pano de fundo bem raso, muito pouco explorado.
Os personagens são, segundo a própria Simone, meio autobiográficos, visto que Sartre realmente teve uma amante, com total conhecimento dela. E a vida dos dois foi sempre vivida entre amores que vinham e se iam, de ambas as partes.
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| Simone aos 50 anos. |
O livro me prendeu porque eu quis ler algo da autora, tão famosa e preparada, uma feminista, uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Nascida em 1908, tendo vivido até 1986, viveu seus anos dourados numa época onde a mulher não era vista como voz ativa em nada.
Não entendi como focalizar a Paris dos anos 30 sem fazer uma descrição de locais, a não ser dos cafés que frequentavam.
Uma Paris onde se saia de casa às 11 horas da noite, onde se andava pelas ruas às 2 horas da manhã, onde se ia dormir com o sol nascendo. Pode ser que esta fosse apenas a vida dos artistas, ou pode ser que a boemia tenha sido a tônica da época. Fui lendo com cuidado, pensando que, ela sendo filosofa, ia colocar frases perfeitas. Até encontrei algumas, mas não dá para serem citadas fora do contexto de todo o capítulo ou parágrafo.
Sou uma pessoa obstinada, vou fundo quando quero alguma coisa.
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| Simone aos 78 anos, 1986, pouco antes de morrer. |
Então, vou ler mais um romance dela e uma boa biografia que tenha sido escrita, para tentar entender melhor o livro.
O título do romance seria "Legítima defesa", mas foi recusado e ficou "A convidada".
Também não concordaria em legítima defesa...
Enfim, gostaria que vocês lessem e depois me contassem o que acharam.
Lucia Soares
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A Lúcia é da família e na verdade parte dessa ideia de falar sobre livros que não amamos partiu um pouco dessa postagem dela em seu blog "Sem Medida", na qual ela da uma aula sobre Simone Beauvoir de deixar qualquer um de queixo caído :)
Muito interessante essa proposta de falar de livros que NÃO gostou de ler, pois todo mundo sempre comenta do que gostou!
ResponderExcluirJá ouvi falar da autora, mas nunca li nada dela... Sei lá, nunca me despertou interesse... Mas, se um dia vier a lê-la, pode deixar que direi o que achei, Lúcia!
ResponderExcluirAinda não li esse livro, mas se vc diz que é chato eu acredito! De qualuqer forma vou coclocá-lo na minha lista, para poder verificar depois o nível de chatice dele! rsrs
ResponderExcluirMeninas comentaristas e Jaci, é claro que todo mundo pode amar o livro que eu detestei, né? Já me falaram que adoram a Beauvoir mas desde livro especificamente não falaram. Estou tentada a reler, sabe, pra ver se leio com outros olhos...Talvez uma edição mais nova, sei lá! rsrs De todo jeito, sinto-me incomodada de "falar mal" da grande filósofa, uma mulher moderna, que cabe em qquer época. Outro dia me disseram que keram, alguém que comentou no meu post, a pessoa tb não gostou, mas depois sumiu e não me contou mais nada sobre suas impressões.
ResponderExcluirSeria ótima ter o ponto de vista de quem apreciou a leitura. Quem se dispõe a ler, para me contradizer?
Simone de Beauvoir é alguém que um dia ainda vou ler.
ResponderExcluirDe Beauvoir eu li "Os Mandarins", tinha uns dezesseis anos, então nem entendi tudo muito bem. Tempos depois tentei o "Segundo sexo" e não consegui. Acho que vou voltar ao primeiro, quem sabe desta vez me saio melhor ;)
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