EQUILIBRANDO
Vou exercer mais uma vez a minha
sina (construída) de conciliador. Fui aprendendo com muito custo e tive que
viver turrão por muitos anos, pois a resistência sempre foi enorme em ver que a
vida constantemente nos empurra para a busca do equilíbrio. O meio termo vai ao
encontro do morno. “Seja quente ou frio que se for morno eu te vomito” não
funciona comigo.
Se ouço uma música com um som estridente ela
até pode ser bonita mas incomoda . Se for baixa demais, inquieta pois não consigo
aprecia-la integralmente pondo os sentidos para se acariciarem na audição que
se espalha pelo corpo todo em
uníssono. A comida é o melhor exemplo. Imagine sem tempero
algum? Ou temperada em demasia? Aliás, tempero é uma palavra que simboliza
equilíbrio. O trabalho tem que ser alternado com descanso, já que nem o corpo
suporta, nem a cabeça consegue manter-se sã e fazer o corpo produzir sem um
risco de acidente, doença ou o sono dominar independente da teimosia em
manter-se de pé. A paixão é uma causadora de desequilíbrios mais difíceis de
ser controlados. Em excesso provoca escárnio, transtorna, deixa o sujeito
abestado e enlouquece. De menos é como uma comida sem tempero. Nos dois casos
adia a chegada do amor ou mandam-no embora para sempre. A fé precisa de pilares
bem sustentados para não transformar-se em fanatismo ou em proselitismo hipócrita. O dinheiro não
pode ser demais para não escravizar a pessoa a seu serviço e idolatria nem pode
ser de menos a ponto de escravizar a pessoa a serviço de sua desesperada busca
apenas para o básico cuja falta leva à calamidade ou ao extermínio. A
alimentação, dizem os bons especialistas, deve ser balanceada. O organismo
necessita dela em doses moderadas. Desde a antiguidade se dizia que “o seu
alimento será o seu remédio e o seu remédio será o seu alimento.” Um trocadilho
sábio. O lugar onde a gente mora: vamos comparar uma grande cidade com uma
cidade pequena: quantas vezes não queremos ir morar num lugar tranqüilo, onde
as coisas acontecem mais devagar e com menos suspense e violência. E quem mora
lá nos lugares pequenos fica doido para vir para a cidade grande sob o
argumento de que lá nada acontece.
Tem aquelas coisas que pela sua
própria natureza não dão boas vindas a um meio termo. Cerveja? Gelada! Montanha
russa? Quanto mais desafiadora, mais emoção! Saudade? Para libertá-la só
revivendo o que a trouxe.
Meu senso crítico faz parte de um
circuito que vive no automático. Só deixo desligado o botão do julgamento. Esse
precisa de controle externo. Estou me habilitando à mediocridade e à elevação.
Vou seguindo.
eu preciso viver muito pra chegar onde você está. sou sem duvida nenhuma uma pessoa de extremos!
ResponderExcluirTudo que precisamos sempre ler. Você está me saindo um excelente filósofo. Nada como a vida, para nos ensinar. Nada como ser sábio, para apreender os sinais e captar as mudanças de que precisamos. Uma questão de coerência.
ResponderExcluirAbraço, amigo. Bom fim de semana.
Excelentes medidas. Não é fácil o ponto ao equilíbrio, mas vamos tentando.
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