(Imagem Google)
Aqui no Rio de Janeiro tem um restaurante na orla do Leme, zona sul da cidade, chamado La Fiorentina e que logo na entrada colocaram uma estátua do memorável compositor mineiro de Ubá, Ary Barroso, sentado junto a uma mesinha de bar, e uma cadeira vazia. Dizem que Ary era um frequentador assíduo do restaurante e morava também naquele mesmo bairro.
Passei por ela, dei uma espiadinha no trabalho do artista escultor e sentei-me numa mesa ali bem perto, a fim de observar o mar logo à frente.
O Rio é uma cidade aberta a todo tipo de turismo e por isso encontramos algumas estátuas que homenageiam um ou outro grande nome de personalidades da nossa literatura ou música. Começou com Noel Rosa lá no bairro de Vila Isabel, fumando e bebendo numa mesinha de bar na 28 de Setembro.
O mesmo acontece em Búzios com a estátua de Brigitte Bardot na Praia dos Ossos ou de Carlos Drummond de Andrade em Copacabana. Dizem que é uma tendência mundial, e as pessoas gostam de fazer fotos ao lado das mesmas, numa forma de deixar a personagem mais próxima da população e promovendo com isso uma maior interatividade .
(Drummond - Google)
Interação foi mesmo o que eu presenciei neste dia ali no Leme, entre uma olhada no mar e na estátua, observei boquiaberta um cliente que parecia já ser muito conhecido pelos garçons, e que sentou-se ao lado da estátua e levou o maior papo com o Ary, quer dizer com a escultura dele. E falava entre um gole e outro de chopp, abraçava a mesma, falava baixinho no ouvido e ria sozinho, sacudindo a cabeça pra lá e pra cá, notoriamente bebum.
Se Ary Barroso fosse vivo, com certeza também levaria o maior lero com o sujeito, afinal apesar de ser um excelente compositor, tinha o jeito simples do povo e entendia bem os ébrios e boêmios de cada esquina da Lapa ao Leme desta cidade cheia de figuras insólitas e loucas.
E abaixo, uma das músicas famosas do grande compositor brasileiro para o conhecimento das novas gerações:
Camisa Amarela
Encontrei o meu pedaço na avenida
De camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi, a Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa
Em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
Desapareceu no turbilhão da galeria
De camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi, a Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa
Em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
Desapareceu no turbilhão da galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço na verdade
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei
Num café zurrapa
Do Largo da Lapa
Folião de raça
Tomando o quarto copo de cachaça
Isto não é chalaça
O meu pedaço na verdade
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei
Num café zurrapa
Do Largo da Lapa
Folião de raça
Tomando o quarto copo de cachaça
Isto não é chalaça
Voltou às sete horas da manhã
Mas só na quarta feira
Cantando A Jardineira, oi, A Jardineira
Me pediu ainda zonzo
Um copo d'água com bicarbonato
Mas só na quarta feira
Cantando A Jardineira, oi, A Jardineira
Me pediu ainda zonzo
Um copo d'água com bicarbonato
O meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu na cama
E não tirou nem o sapato
Pois caiu na cama
E não tirou nem o sapato
E roncou uma semana
Despertou mal humorado
Quis brigar comigo
Que perigo, mas não ligo!
O meu pedaço me domina
Me fascina, ele é o tal
Despertou mal humorado
Quis brigar comigo
Que perigo, mas não ligo!
O meu pedaço me domina
Me fascina, ele é o tal
Por isso não levo a mal
Pegou a camisa, a camisa amarela
E botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
E ele é pra mim
Meu Sinhô do Bonfim
Pegou a camisa, a camisa amarela
E botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
E ele é pra mim
Meu Sinhô do Bonfim
Aqui em Recife a gente também tem algumas estatuas dessas espalhadas pela cidade, são nossos poetas, artistas, músicos celebres completam a cidade...
ResponderExcluirMas, o melhor do seu post foi esse bebum conversando com o Ary... Um ode a solidão acompanhada que alguns vivem nas grandes cidades... No final uma estatua vira o ouvido atento... Realmente o Ary entenderia, os artistas sempre entendem esse tipo de coisa!!!
Oi, Beth! Eu já tirei uma foto junto a esta do Drummond. Para não dizer que nunca estive lado a lado com o meu conterrâneo. rsrs. É de se lamentar que , de vez em quando há uns vandalismos com estas obras de arte tão significativas. Abraços. Paz e bem.
ResponderExcluirE eu acho lindo esse tipo de homenagem feita no Rio e em várias cidades.
ResponderExcluirLindo teu post!beijos,obrigado pelo carinho lá no desabafo,tudo de bom,chica
Pois é, Cacá, infelizmente os vândalos volta e meia danificam o nosso pobre Drummond, roubam-lhe o óculos ou parte dele, mas aí a prefeitura volta e conserta. Uma tristeza essa ignorância cultural em nosso país.
ResponderExcluirbeijo
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Oi Beth querida
ResponderExcluirQuando fui em Aracaju, também tirei foto com várias esculturas de celebridades.
Em Cabo Frio, em Búzios, também. É algo que devia ser bem preservado, pois é memória de um tempo.
bjs
Beth, a música é um batidinho delicioso.
ResponderExcluirAqui em BH também temos estátuas, uma de outro Drummond, sem parentesco nenhum com o Carlos: o Roberto, um escritor de primeira (Sangue de Coca-Cola, Hilda Furacão, A morte de DJ em Paris, O cheiro de Deus, etc.)e várias outras personalidades.Ele, também, já "vítima" de transeuntes "distraidos, que batem altos papos com a escultura... Rsrs ...O mundo gira, e no fundo, somos todos iguais...rsrrs
Beijos!
Perfeito Beth!
ResponderExcluirUm dos meus sonhos é tirar uma foto aí do ladinho dele, um dia eu tiro!
beijo