Poesia..algo muito profundo, e são infinitas. Traduz da forma mais abrangente o que vai na alma de um poeta. Sou completamente fascinada por elas.
Então pensei: "Tenho vontade de postar no Em Quantos uma poesia linda de alguém que eu conheça, evidente que não sei escrevê-las". Moacir Eduão e Cacá já são colaboradores do blog, mas existem mais..
Clodair (o poeta em questão) é Baiano, tranquilo, alma transparente (como a de todos os poetas) louco pela viola de Almir Sater (como eu). E a partir daí percebe-se de onde Moacir Eduão herdou tudo isso que ela posta aqui em nossa casa todas as semanas enriquecendo e alegrando nossas almas.. Clodair Eduão é irmão de Moacir e se auto define assim:
"Sou Poeta Amante da Arte, da Cultura, gosto de música, ler, escrever, cantar e fazer AMIGOS(AS), sou da PAZ e do BEM"...
Nascente
Com os sonhos renascem a esperança perdida,
Nessa fé dividida se renova a luta,
Onde o povo escuta é um grito de alerta,
Quando a porta é aberta qual o botão de uma flor,
É a água que brota de uma fonte de amor.
No sertão eu nasci caatigando o presente,
Neste solo ardente sentimento que aflora,
Entre a fauna e a flora...Natureza? coitada!
Sou a sorte esperada neste mesmo abandono,
Sofre o medo e o engano a criança isolada.
O lamento só ecoa na garganta de humanos,
O menino que chora essa dor derradeira,
Quase a fé primeira no lamento dos outros,
É o presságio escondido desse pouco que resta,
Luz se mostra na fresta de um túnel distante.
Nos segredos constantes renascer de um outro dia,
Alegria, alegria a esperar pela sorte,
No nascente ou no norte, chega logo ou tardia,
Hoje sinto em minh'alma sentimentos de outrora,
Escrevendo a história desse fado perfeito,
Sertanejo no sangue de outros fatos a esse feito.
(Clodair Eduão - Koló Farias)
...Ele que me apresentara o criador de bodes Elomar Figueira de Melo, e a cantoria, e Xangai. Ele que intermediou o abrandar do meu sentimento frente ao ébrio Eufrásio, nossso pai - amante de uma boa pinga. Minha mãe queria que eu só visse o pecado do vício. Mas ele chegava recitando versos enormes. Koló, meu mano, é um poeta que traz poemas com leveza. Sem a necessidade de um crivo, sem os recortes das escolas acadêmicas, ele vem com o sentimento de quem nasceu poeta, quase-morreu poeta, e ressurge, mais ainda poeta. Ao ressuscitar, não deixou de portar, entre seus comas, a composição, a guerra íntima, ideologias de um visionário com o amor pelo mundo comparado ao de Ghandi pela independência de seu povo. Koló não é meu irmão, apenas, ou meu amigo. Saimos do mesmo útero, mas quando nos vimos mais distantes, algo tornara nossa dispersão um erro. Escreve sua história, com o trato e a alma sertaneja, forte, espinhado, visionário. Sua história, vinda da infância rural, acata minha urbanidade sem preconceito. O homem que aceita as pessoas "comelação", ou seja, passa mel e própolis na dureza humana, branda e firmemente, apaziguando - se necessário -, na certeza do conhecimento de seu fazer cidadão. Exemplar, se permitiu ver a vida com outros olhos. Curou-se de vícios, rompeu relações com a cirrose que lhe matava, fez um transplante de fígado, e hoje nos alegra, derramando lágrimas como quem erupciona, irmão, vulcão, como tem que ser um poeta, sem deixar de ser o que é fora dos textos.
(Por Moacir Eduão)
...Ele que me apresentara o criador de bodes Elomar Figueira de Melo, e a cantoria, e Xangai. Ele que intermediou o abrandar do meu sentimento frente ao ébrio Eufrásio, nossso pai - amante de uma boa pinga. Minha mãe queria que eu só visse o pecado do vício. Mas ele chegava recitando versos enormes. Koló, meu mano, é um poeta que traz poemas com leveza. Sem a necessidade de um crivo, sem os recortes das escolas acadêmicas, ele vem com o sentimento de quem nasceu poeta, quase-morreu poeta, e ressurge, mais ainda poeta. Ao ressuscitar, não deixou de portar, entre seus comas, a composição, a guerra íntima, ideologias de um visionário com o amor pelo mundo comparado ao de Ghandi pela independência de seu povo. Koló não é meu irmão, apenas, ou meu amigo. Saimos do mesmo útero, mas quando nos vimos mais distantes, algo tornara nossa dispersão um erro. Escreve sua história, com o trato e a alma sertaneja, forte, espinhado, visionário. Sua história, vinda da infância rural, acata minha urbanidade sem preconceito. O homem que aceita as pessoas "comelação", ou seja, passa mel e própolis na dureza humana, branda e firmemente, apaziguando - se necessário -, na certeza do conhecimento de seu fazer cidadão. Exemplar, se permitiu ver a vida com outros olhos. Curou-se de vícios, rompeu relações com a cirrose que lhe matava, fez um transplante de fígado, e hoje nos alegra, derramando lágrimas como quem erupciona, irmão, vulcão, como tem que ser um poeta, sem deixar de ser o que é fora dos textos.
(Por Moacir Eduão)
Eu sempre acho que os poetas tem um que de magos e a poesia é sempre uma coisa meio mistica que nos envolve néh Sônia... Diz o que a gente sente e não sabe falar, emociona!!!
ResponderExcluirObrigada por trazer os versos do Clodair!!!
Cheros!
Poesia linda saida da alma. Noto que o poeta do nordeste sempre fala em esperança, fé, criança.
ResponderExcluirNosso nordeste é tão rico em arte, em gente, embora castigado pelas intempéries e abandonado pelas autoridades que comandam esse país.
Poesia é o que sai do fundo do peito, mesmo. Sem máscaras.
Bem vindo, Clodair/Koló.
(emocionei-me, agora. Meu pai chamava-se Claudiano e algumas - pouquíssimas pessoas apenas, da família dele - o chamavam, muito de vez em quando - pois ele não gostava do apelido - de Coló. Saudade!)
Família de talento esta, hei? Que coisa linda, Sônia! Queria parabenizar o Clodair por tão belo poema. Abraços e ótimo final de semana a todos.
ResponderExcluir@Pandora
ResponderExcluirIsso Pand!
Eles sempre dizem tudo que vai na alma e não sabemos como dizer..
Linda poesia.
cheiro
@Evanir
ResponderExcluirOi Querida,
Nós que te gradecemos imensamente,
Nossa casa também é sua, volte!
bj
@L�cia Soares
ResponderExcluirOi Lúcia,
querida, você que me emocionou. Sempre me emociono quando você fala de seu pai..
Verdade, a poesia setaneja sempre tem um lamento ou um grito por um mundo melhor e mais harmonioso.
beijo
@Cac� - Jos� Cl�udio
ResponderExcluirVerdada Cacá,
Grande parte dessa família é especial,o avô desses moços (Severino Eduão) era tão gentil, doce,tinha uma aura tão boa..
Ah, eu também sou grade admiradora dos poetas e poesias!
ResponderExcluirVivo postando lá no meu blog, apesar de não saber fazê-las, mas adoro.
Adorei a poesia do amigo baiano.
Inclusive meu último post no Mãe Gaia tem duas poesias de peso, na minha voz, quem quiser conferir, passe lá.
bjs cariocas
Eis uma bela homenagem ao querido irmão, poeta, Koló Farias. Ele que me apresentara o criador de bodes Elomar Figueira de Melo, e a cantoria, e Xangai. Ele que intermediou o abrandar do meu sentimento frente ao ébrio Eufrásio, nossso pai - amante de uma boa pinga. Minha mãe queria que eu só visse o pecado do vício. Mas ele chegava recitando versos enormes. Koló, meu mano, é um poeta que traz poemas com leveza. Sem a necessidade de um crivo, sem os recortes das escolas acadêmicas, ele vem com o sentimento de quem nasceu poeta, quase-morreu poeta, e ressurge, mais ainda poeta. Ao ressuscitar, não deixou de portar, entre seus comas, a composição, a guerra íntima, ideologias de um visionário com o amor pelo mundo comparado ao de Ghandi pela independência de seu povo. Koló não é meu irmão, apenas, ou meu amigo. Saimos do mesmo útero, mas quando nos vimos mais distantes, algo tornara nossa dispersão um erro. Escreve sua história, com o trato e a alma sertaneja, forte, espinhado, visionário. Sua história, vinda da infância rural, acata minha urbanidade sem preconceito. O homem que aceita as pessoas "comelação", ou seja, passa mel e própolis na dureza humana, brando e firmemente, apaziguando - se necessário -, na certeza do conhecimento de seu fazer cidadão. Exemplar, se permitiu ver a vida com outros olhos. Curou-se de vícios, rompeu relações com a cirrose que lhe matava, fez um transplante de fígado, e hoje nos alegra, derramando lágrimas como quem erupciona, irmão, vulcão, como tem que ser um poeta, sem deixar de ser o que é fora dos textos. Obrigado pelas palavras, meus amigos...
ResponderExcluirCoisa mais linda a declaração desse irmão. Adorei o Clodair, singelo mas profundo. Quero ler mais. Bjo!
ResponderExcluir@Fernanda Iasi
ResponderExcluirPuro caráter isso Fernanda,
quando há amor até as dificuldades são "ben vindas"..Fortalecem.
bj
@Moacir Edu�o
ResponderExcluirOi Moá,
Então tá né? rs
Quando eu estava escrevendo sobre Koló pensei em contar sobre o transplante (ainda muito recente), mas eu não tinha esse direito, e Graças a Deus que não o fiz, porque contada por um poeta através de uma declaração de amor dessas é um exemplo a ser seguido. Moacir não se desgrudou de Koló durante todo esse processo de transplante, medo, incerteza e esperança, e ele me fazia lembrar uma frase que meu avô sempre dizia pra nós: "Que podemos avaliar o caráter de um homem pela forma que trata sua família", (falei isso pra você, lembra?)...Moacir se alegrava com as poesias de Koló, contava cada progresso, com a emoção e a felicidade de um menino.
Meu avô também dizia que caráter é hereditário. Amor é isso!
Obrigada por isso..
CHEIROPRATÚ
Fiquei vermelho...
ResponderExcluir@Moacir Eduão
ResponderExcluir;)
Nessa estrada que seguimos, os caminhos são iguais, diferentes são as curvas em meio ao existir.
ResponderExcluirKoló Farias.
Obrigado Cacá, Sônia Cristina e Bete Lilás pelas palavras de carinho que me serve mais de incentivo para continuar escrevendo poemas sobre a vida.
ResponderExcluirSomos ispiração de de Deus, luz que nos guia.
Koló Farias.
Obrigado Pandora, fiquei muito feliz com as suas palavras e elogios, me serve de insentivo para continuar escrevendo.
ResponderExcluirClodair Eduão (KOLÓ FARIAS).
Amiga Pandora, desculpe pelo erro de português nos meus agradecimentos, coloquei insentivo, mas o certo é incentivo.
ResponderExcluir@Moacir Eduão
ResponderExcluirEmocionante, o amor sempre é algo que me faz suspirar, amor de irmão é lindo!!!
@Koló Farias O Poeta Que bom Koló, nunca cale suas palavras... Enquanto houver homens e mulheres na terra os poetas serão necessários.... Precisamos de vcs para conseguir sonhar!
ResponderExcluirAPEGO
ResponderExcluirTe trago, n'um trago;
Um Choro um afago
Um mês sem te ver.
Ao invés tu aquí;
Você se desfaz
Tal qual a fumaça,
Esquece que passa
A dor que há de vir.
Eu sou a lembrança!
Que apaga a saudade,
A idade me leva
Sou água de rio.
Correnteza que vai;
Sou o calor do deserto
E lareira no frio.
Sentado à varanda!
Me entorpeço com vinho.
Me aqueço em teu corpo,
E a taça quebrada;
Mistura e carícias...
Acalanto no ninho.
KOLÓ FARIAS.
UM DIA
ResponderExcluirUM DIA EU SOU;
N'OUTRO DIA ME VOU.
NESTE DIA EU MORRÍ
N'OUTRO DIA EU ME VÍ,
NUNCA MAIS JÁ SE FOI;
SOU O TRIGO EO ARROZ
NA INVERNADA DE HOJE.
SOU O SEMBLANTE DE ONTEM!
FUI ERRANTE NA FRANÇA,
SOU A VIDA EM FESTA;
SOU O SAMBA E A SERESTA,
SOU A FLORESTA QUE DANÇA;
SOU A MÚSICA QUE TOCA,
SOU INFÂNCIA NO HOMEM
FUI ALÉM DO SEI LÁ,
FUI A FUGA E A VOLTA.
Koló Farias.
O HOEMEM E A JANELA
ResponderExcluirSentado na cadeira de balanço;
e o homem e o outro lado dela
Idade,saudade,lembranças...pensar.
Lá fora a chuva, janela embassada;
e as pedras me vém...vidraça quebrada.
Os pingos de lágrima, e o rosto molhado; na rua outro homem, um banco e a praça, o outro que passa, olha e disfarça; e as pedras em mim.
Lembrei Madalena, o homem e a cruz, Maria e perdão; no amor de Jesus.
Um brilho nos olhos, a vida e um trilho, a nuvem que passa, passado e presente.
Coração alado, a faca e dois gumes, a dor e o pefume, nasci deste lume e da lama que cura.
Sou fruta madura,na fome da massa, é a vida na praça, o homem e a janela, o espírito e a graça.
KOLÓ FARIAS.
O HOEMEM E A JANELA
ResponderExcluirSentado na cadeira de balanço;
e o homem e o outro lado dela
Idade,saudade,lembranças...pensar.
Lá fora a chuva, janela embassada;
e as pedras me vém...vidraça quebrada.
Os pingos de lágrima, e o rosto molhado; na rua outro homem, um banco e a praça, o outro que passa, olha e disfarça; e as pedras em mim.
Lembrei Madalena, o homem e a cruz, Maria e perdão; no amor de Jesus.
Um brilho nos olhos, a vida e um trilho, a nuvem que passa, passado e presente.
Coração alado, a faca e dois gumes, a dor e o pefume, nasci deste lume e da lama que cura.
Sou fruta madura,na fome da massa, é a vida na praça, o homem e a janela, o espírito e a graça.
KOLÓ FARIAS.
FALAÇÃO
ResponderExcluirMEUS ÓCULOS É ARMAÇAO;
SOAM AS NOTAS SEM A CANÇÃO,
MEUS OLHOS NÃO TEM VISÃO,
MEU CORPO NÃO TEM AÇÃO,
MEUS GESTOS SEM EMOÇÃO,
NA VIDA SÓ ILUSÃO,
PRO POVO SÓ ENGANAÇÃO,
SENTIMENTOS SEM CORAÇÃO,
SE PENSO É SEM NOÇÃO,
SE CHORO NÃO TEM RAZÃO,
SE RIU, FELICIDADE EM VÃO,
FALAREI, FALARÁS, FALARÃO.
SE CALO; É UM PONTO DE INTERROGAÇÃO;
SEGREDOS...RETICÊNCIAS, E OBSERVAÇÃO.
PAÍS SEM CULTURA, SEM ARTE E EDUCAÇÃO,
QUAL O TEMPO QUE RESTA? PRA ESTÓRIA DESSSA NAÇÃO?
Clodair Eduão - KOLÓ FARIAS.
NA MODA
ResponderExcluirALFAIATE DESSE TERNO, E A MODA IMPOSTA EM MIM. ESSA INVERSÃO QUE MODELA, ANTIQUADOS NA PASSARELA, O OURO E O ALQUIMISTA.
EXCLUSÃO DO MAGNÍFICO, IMPORTAÇÃO DE IDÉIAS, MALTRAPILHO? O QUE HÁ DE NOVO?
A MODA CORROMPE O POVO, O VELHO QUE BEBE O LÕDO, DESFILES DESFIGURADOS.
PALAVRAS QUE ME VESTEM, UM CORPO QUE SE MOSTRA,EM ETIQUETAS DESIGUAIS.
NA PORTA A FECHADURA, ESTE PEITO RASGADO, QUE FINDA QUE VINGA, QUAL ROSTO NA FENDA. AQUELA SAIA RODADA; E NA OUTRA, AQUELE VESTIDO DE RENDA.
Clodair Eduão-KOLÓ FARIAS.
TRISTE, TRANQUILO E CHEIRO
ResponderExcluirEM OUTRAS LEMBRANÇA TE VEJO SERENO;
EM TUA BOCA ME AFOGO,ESTE BEIJO AMENO.
NAS CARAS PLANAS VEJO AS CAMAS, NAS QUAIS TE HABITAREI, TRANQUILO VEJO AS ASAS, E TRISTE TE VEJO CHORAR.
NESTE IMENSO LAGO , EU INVENTO O MAR. INTENSO E QUIETO, SILÊNCIO E LÁGRIMAS, ESQUEÇO O MEDO, MAIS TARDE OU MAIS CEDO; TEU VÍCIO ME QUER.
TE SINTO E DESEJO, ESSE CORPO ESSE JEITO, TE TRAGO NA FÉ; E EM TE EU ME VEJO.
ESTE CRAVO ESSE LÍRIO, ESSE CORPO QUEM É? EM SUAS FORMAS DELIRO...NO TEU CHEIRO DE MULHER.
Clodair Eduão - KOLÓ FARIAS.
TRISTE, TRANQUILO E CHEIRO
ResponderExcluirEM OUTRAS LEMBRANÇA TE VEJO SERENO;
EM TUA BOCA ME AFOGO,ESTE BEIJO AMENO.
NAS CARAS PLANAS VEJO AS CAMAS, NAS QUAIS TE HABITAREI, TRANQUILO VEJO AS ASAS, E TRISTE TE VEJO CHORAR.
NESTE IMENSO LAGO , EU INVENTO O MAR. INTENSO E QUIETO, SILÊNCIO E LÁGRIMAS, ESQUEÇO O MEDO, MAIS TARDE OU MAIS CEDO; TEU VÍCIO ME QUER.
TE SINTO E DESEJO, ESSE CORPO ESSE JEITO, TE TRAGO NA FÉ; E EM TE EU ME VEJO.
ESTE CRAVO ESSE LÍRIO, ESSE CORPO QUEM É? EM SUAS FORMAS DELIRO...NO TEU CHEIRO DE MULHER.
Clodair Eduão - KOLÓ FARIAS.