Hoje meus amigos vou colocar aqui um poema que me agradou muito fazer, apesar de ser meio ácido. Espero que curtam!
A brisa me traz o agradável creme rinse.
Mas também oferta:
O odor de Violeta,
o perfume barato da feira.
Da janela sinto o cheiro de esterco,
de velho azedo,
mijo de sem teto.
Ó Deus porque essa janela não fecha?
Cheiro de vômito de criança doente.
Cheiro de gente que se amontoa nas filas,
cheiro de metal ao sol.
Cheiro de alegria e tristeza
Cheiro de papel novo,
papel velho,
desinfetante que a ajudante de limpeza passa no chão.
Caminhão do lixo e pregador de roupa.
Cheiro de pobreza,
de egoísmo,
bafos de cachaça,
maconha se espalhando no ar,
testosterona no ar às sextas-feiras,
odor de peixe em lugares fechados.
O sol resseca as narinas mas no dia seguinte, a umidade.
terra molhada depois de temporal, ou melhor de asfalto.
O calor que emana da terra também tem cheiro.
E é assim o ano inteiro.
Esse é meu Rio de janeiro.
Aleska só você para encontrar a poesia para falar do cotidiano, das pessoas e coisas que todos parecem querer sempre esquecer, mas estão ali, dia após dia... Essas pessoas é que fazem o "Reino Mágico" funcionar, elas também tem história, cheios, cores e formas, fico tão feliz quando vejo alguém enxergando essas pessoas e falando sobre elas!!!!
ResponderExcluirAdoreeei! Adoro estas percepções. Coisas simples muitas vezes invisíveis.
ResponderExcluirSensibilidade é tudo.
Cheiros que muitas vezes nos passam desapercebidos. A gente se acostuma a eles...
ResponderExcluirCheiro de velho azedo...Mijo de sem teto...
Cheiro de alegria e tristeza...
Beijo!
Cheiros sim, são cheiros do cotidiano de qualquer parte do mundo. Claro que para quem mora no Rio de Janeiro transmite o que cheira.
ResponderExcluirParabéns pelo bom olfato!!!
Beijinhos
Irene Moreira