No dia em que eu ouvi na sala de
aula do segundo ano do curso técnico (atual ensino médio) que “na natureza nada
se cria, nada se perde, tudo se transforma”, alguma coisa começou a se
modificar na minha forma de pensar. Eu nunca mais seria o mesmo depois daquele
dia. Não que eu tivesse me perdido ou criado algo de novo. Eu quero dizer que o
meu pensamento modificou-se de tal forma que as associações começaram a
acompanhar o meu modo de raciocinar. Ainda nem imaginava de que tratava a tal
da dialética. O que eu queria naquele momento era namorar muito. Estudar e
trabalhar eu queria também, mas era muito mais uma necessidade, um sonho dos
meus pais e um sonho de todos os filhos de uma família mediana que projetam o
tal de “vencer na vida” entre as suas prioridades mais absolutas. Muito mais
tarde eu iria conviver com umas leituras oriundas de uma militância de amigos
mais velhos, já que eu era ainda muito filhote e pude ler no cotidiano que tudo
se relaciona. E eu me transformei, meio perdido, mas procurando criar e
modificar o mundo ao meu redor, pelo menos. Ao Lavoisier, o dono da descoberta
da imutabilidade das coisas, e cujo principal instrumento de trabalho era uma
balança, meu muito obrigado pela luz no meu pensar.
É interessante como a vida nos coloca, às vezes meio crus ainda, diante de grandes verdades, de situações que um dia nos virão à mente e nos porpiciarão um entendimento que até então não tivemos...
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