domingo, 17 de abril de 2011

As diferentes formas de falar...

Uma das minhas maiores preocupações com relação a educação do meu filho é a forma em que o  sexo é exposto em letras de funks, a forma como a mulher é vista nesse estilo de música, e me preocupo de verdade, que isso tipo de colocação possa deturpar a mente das crianças, possa levá-las a iniciação precoce de uma vida sexual, ou pior: Possa fazer com que nossas crianças vejam a mulher como um simples objeto sexual (apesar da educação de base).
Tate Quebra Barraco - Foto do Google
Existe uma Senhora que se intitula Rainha do Funk (já é avó) e atende pelo nome de Tate Quebra Barraco, que canta dessa forma, as suas músicas falam só dessa maneira deliberada de sexo: (Essa é a letra mais amena que encontrei).

De ladinho a gente gosta,
Se tú não tá aguentando,
Para um pouquinho
Tá ardendo assopra,
Então....
(Tate Quebra Barraco)

Eu tenho uma postura bem radical com relação a músicas sim! porque infelizmente é isso
que se ouve nas maiorias das rádios o dia inteiro, sendo assim: Aqui em casa meu filho só ouve rádio
ou acessa a internet sob minha vigilância. Chego a triste conclusão que nos tempos dos nossos avós era 
bem mais fácil educar um filho, a tecnologia é uma faca de dois gumes, e o acesso fácil a essa "cantora e
compositora", que lota estádios, que vende mais que um Chico Buarque me deixa em pânico.


Chico Buarque - Foto do Google
Chico Buarque também fala de encontro de corpos em suas músicas, de uma maneira  diferente, pura poesia de um homem poeta que conhece intimamente a alma feminina, escreve para elas, fala como se fosse uma delas:

Se nós nas travessuras das noites eternas,
Já confundimos tanto as nossas pernas,
Diz com que pernas eu devo seguir,
E se nos amamos feito dois pagãos,
Meus seios inda então nas suas mãos,
Me explica com que cara eu vou sair.
(Chico Buarque)

Fotos do Google
Na década de 80, vários artistas novos surgem como: Lobão, Legião Urbana, Renato Russo, Titãs... e lá estava a Banda Ultraje a Rigor lotando estádios com seus hits, mas tinha uma delas que já dava os primeiros sinais de que o sexo não era mais visto apenas como poesia em música:

Sexo, como é que eu vivo sem sexo?
Eu quero Sexo,
Me dá sexo!
(Ultraje a Rigor)

Roberto Carlos - Foto do Google
Mas enquanto essa banda explodia com essa "música" o rei  Roberto Carlos descrevia um encontro de corpos e almas de uma forma sublime:

Cada parte de nós, tem a forma ideal,
Quando juntas estão, coincidência total,
Do Côncavo e  o Convexo,
assim é o nosso amor, no Sexo.

(Roberto Carlos)

Rita Lee - Foto do Google
Rita Lee, vem com a força do Rock e a leveza da poesia explicando lindamente a diferença entre amor e sexo:

Amor é cristão, sexo é pagão,
Amor é latifundio, sexo é invasão,
Amor é divino, sexo é animal,
Amor é bossa nova, sexo é carnaval...
(Rita Lee)

Sendo assim, só nos resta lamentar que Tate Quebra Barraco exista, e quantas "Tates" ainda estão por vir? Quantas "Tates" ainda venderá mais que Roberto Carlos, Chico Buarque, Rita Lee?
Até quando teremos que policiar os ouvidos de nossas crianças?



Cantoria de São Gabriel

Eu vivi minha infância em uma cidadezinha do interior da Bahia chamada São Gabriel, lá nossa base musical era nomes como: Zé Geraldo, Diana Pequeno, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Xangai e tantos outros...
Quero isso pro meu filho....




8 comentários:

  1. É, Soninha, isso de Tati Barraco eu considero o lixo musical que o Brasil não precisava de maneira nenhuma, pois temos tanta gente boa e que as rádios não dão espaço.
    Mas, lixo é o que mais tem hoje em dia por aqui, tudo copiado dos americanos de mau gosto, por isso cabe a nós, apresentar aos filhos desde pequenos,nossos melhores nomes nas artes em geral.
    um grande beijo carioca

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  2. Acho que a diferença maior nesses casos está na sofisticação de cada letra, ou na falta dela. Veja que a primeira letra é repetitiva, enfadonha e chula. As outras são sofisticadas, têm elementos virtuosos que as tornam envolventes e até eróticas. Essa música da Rita Lee eu adoro, sabia que foi inspirada num livro do Arnaldo Jabor? "Amor é prosa, sexo é poesia", um livro incrível, dos meus prediletos!

    Quanto à educação, as crianças quando ouvem esse tipo de música a entendem como uma espécie de caricatura do mundo adulto, mesmo quando rebolam e repetem as coreografias o fazem por brincadeira. O mais importante são os valores e os exemplos que a família transmite. Outra coisa, elas se habituam a ouvir e ler o que têm acesso em casa, assim como adotam o modo de falar e conviver com as outras pessoas. A família diz muito mais do comportamento e das escolhas das crianças do que imaginamos, é lá que as crianças encontram o primeiro modelo a seguir. A função da escola é educar também, transmitir conteúdos, formar o cidadão, mas é um papel secundário, quer dizer, nunca substituirá a educação que os filhos tem em casa.

    Os filhos acompanham os gostos musicais, literários e artísticos que aprendem desde pequenos em casa.

    ;-)

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  3. Concordo contigo Lívia em absolutamente tudo.

    Sabia sim do livro do Arnaldo Jabor, li inclusive que é um dos seus preferidos.

    Claro que a educação é a base que temos em casa, e isso engloba absolutamente tudo, mas hoje o acesso é mais fácil, em várias situações já peguei o Santhiago cantando músicas que eu não gostaria que ele soubesse que existe.

    Tomara que ele acompanhe o gosto musical dos pais, eu aprendi com meus irmãos mais velhos, e aqui em casa a lei é meio rigorosa com relação a música, aliás com relação a tudo.

    Mas é preocupante esse acesso as "funks" da vida...

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  4. Soninha...
    Excelente post!
    Não sou mãe, mas já trabalhei com crianças, e concordo com a Lívia, a familia é decisiva na formação de valores e exemplos, mas não é tudo, por isso vemos ás vezes dois irmãos completamente diferentes nas escolhas de vida.
    Acho pertinente a sua preocupação,o mais importante é dotar seu filho com uma estrutura interna que lhe permita ir filtrando o mundo...e os funks da vida.
    E isso não tenho dúvida que vc fará!

    BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

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  5. Sônia, já criei meus filhos, que agora criam os seus. Sinceramente, não queria estar criando-os agora.
    O mundo está muito mudado (ou mudamos nós?) e o caos isntalado. Não é apenas na música que há os apelos, eles existem em toda parte, até num desenho animado, num anúncio de algum produto.
    A vigilância dos pais tem que ser constante e efetiva. O que também está difícil, estão deixando a cargo de escolas e babás...
    Mundo louco!
    Beijos!

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  6. E o pior de tudo isso é a presença constante na TV, de grandes emissoras que enaltecem e elogiam e muitas vezes a gente escuta, são dignos...dignos de quê?!A comparação foi ótima!!!Paz e beijo

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  7. Tudo isso me assusta muito Sônia.
    Criei meus filhos sem essa verdadeira baixaria que hoje é aplaudida na TV e em shows.
    Mas a mídia que quer apenas tirar proveito de tudo isso, apresenta-os como grandes sucessos.
    Podemos educar nossos filhos de maneira diferente, mas sempre há uma pequena influência, pois eles crescem e não ficamos mais 24 h com eles nos braços.

    Bjs no coração!

    Nilce

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  8. nossa!!!!!
    que bom mas eu peguei no sono!
    eu gostei de seu voto povo*

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