quinta-feira, 21 de junho de 2012

O lado B da Literatura: livros que li e não gostei! – A Guerra dos Botões

Fiquei muito feliz quando a Pandora me convidou para escrever um post aqui. O que não disse a ela é que não me saio muito bem quando escrevo como colaborador, raramente sou comentado neles, e, em um dos casos o blog teve mais duas postagens e fechou as portas. Mas fiquei lisonjeado pelo convite, então aqui estou, falando sobre um livro que li e não gostei.


Apesar de me considerar chato, me dou muito bem com quase todos os tipos de livros, e raramente não gosto completamente de um deles – o que pode acontecer, por exemplo, é eu desgostar, mas acabar gostando um pouquinho por causa de determinado aspecto que me cativou ou surpreendeu. Mas, puxando pela memória, consigo identificar alguns livros dos quais não gostei, mas um em especial se sobressai, por eu ter esperado muito e ele ter me entregado tão pouco: foi o A Guerra dos Botões, do Louis Pergaud.


Me lembro de ter sido atraído pela capa - cruel armadilha na qual insisto em cair, mas que, na época, era plenamente justificável: devia ter uns 15 anos, no máximo - que me lembrou um pouco Tom Sawyer e Huck Finn, dois livros de Twain que gostei muito, então esperava encontrar algo semelhante, que me fizesse lembrar ao menos do clima encontrado nesses livros. Não bastasse isso, o período de férias estava se aproximando e, como já havia escolhido aqueles que tomaria emprestado, escondi o exemplar de A Guerra dos Botões no alto de uma estante. Passei todas as minhas férias ansiando para ler o livro, conhecer a história, e foi com alegria até que o resgatei no primeiro dia de retorno as aulas.

Mas que decepção! O livro narra as aventuras de crianças de dois vilarejos franceses vizinhos e rivais, que, após as aulas, se reúnem para "guerrear", sendo botões, cintos e suspensórios os espólios de guerra. Quanta besteira. Me lembro de ter fechado o livro e pensado comigo mesmo: então é isso? Esta é a estória que Pergaud tem para contar? E que boca suja é esta! Apesar de ser um livro infantojuvenil, o autor utiliza de muitos palavrões durante a narrativa, principalmente nas falas das personagens. Não sou puritano, eu falo palavrão quando meu dedo mindinho bate na quina do sofá, mas acho um exagero a forma como o autor os empregou no texto. Passou, e muito, da medida.

Alguns críticos identificaram em A Guerra dos Botões críticas ao militarismo. Só isso não o salva. Passei as férias pensando em como seria bom ler aquele livro, em como a história poderia me agradar e não obtive nada daquilo. Por isso hypes são tão perigosos. Depois dos botões me esforcei para nunca mais me deixar levar por este sentimento, esta afobação para ler algo, mas não tenho tido muito sucesso. Ao menos nenhum outro livro me decepcionou tanto novamente.

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Ah, meu nome é Luciano A. Santos,
tenho 26 anos
 e escrevo no .Livro.

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Luciano, muito obrigada por ter aceito o meu convite, foi um prazer ter você conosco... Que possamos sempre nos encontrar entre os livros, sejam os amados ou os nem tanto!!!

10 comentários:

  1. Bom saber Luciano, passarei longe desse livro!!!

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  2. É realmente muito chato quando a gente tem grandes expectativas para um livro e ele não corresponde, dizem que o melhor da festa é esperar por ela, mas não nesse caso.

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  3. Eu nunca tinha lido nada sobre esse livro nem sobre esse autor. Mas, pelo que você, Luciano, conta do livro, acho que concordaria com você e também não gostaria do livro se o lesse.

    Um abraço pro Luciano e pra Pandora. ;)

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  4. Eu acho divertido a intensidade do desgosto: Quanta besteira. Me lembro de ter fechado o livro e pensado comigo mesmo: então é isso? Esta é a estória que Pergaud tem para contar?

    Drama, todo leitor é meio dramático em seus gostos e desgostos! #Fato

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  5. Ê laiá! Fui comentado aqui, rs. Então, achei o livrinho sofrível, o que foi uma pena: nenhum leitor começa um livro pedindo para que ele seja ruim, mas às vezes acontece.

    Obrigado todo mundo, em especial à Pandora que me fez o convite.

    Dois abraços.

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  6. Acho que vc deu sorte companheiro. O em quantos não está proximo de fechar e vc recebeu 6 comentários. Sei muito bem como é horrivel ter grandes expectativas e se decepcionar totalmente. Como uma antiga amizade diria: "é como ver um pote de sorvete do freezer e descobrir que era feijão." kkkkkkkk

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  7. Essa tua referência a uso exagerado de palavrões, Luciano, me fez lembrar de "O apanhador no campo de centeio". Livro do qual todo mundo fala e que eu, particularmente, não achei muita graça. E uma das coisas que pensei foi "Quanto palavrão desnecessário!". Mas pode ser uma impressão só minha já que, alguém já me disse, eu não falo palavrões praticamente (essa pessoa não considerava 'puta merda', coisa que sempre digo, como palavrão). Nunca ouvi fala de "A guerra dos botões", mas acho que entendo teu sentimento em relação a ele. Creio que é igual ao meu sentimento em relação a "Apanhador no campo de centeio".

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  8. Queridos Pandora e Luciano
    Demorei mas enfim estou aqui!
    Fiquei admirada com essa declaração do Luciano de que onde é convidado a postar o blog fecha as portas... Só quero avisar que isso são águas passadas e que comentário é que não vai faltar.
    Quanto ao Em quantos só vai disparar em seguidores, pois o detalhe é que você foi convidado para postar em um lugar que ama a literatura como você. Todos os frequentadores vão é lá conhecer o seu bog .Livro.

    Concordo com você que essa expectativa pode realmente nos decepcionar. Não li a Guerra dos botões, mas imagino a sua reação.

    Não me lembro de nenhum livro que não tenha gostado. Tenho vaga lembranças dos tempos de escola de ter que engoli alguns livros. Empurrei com a barriga Os Lusíadas, mas espero votar a ler agora onde tenho outra visão.

    Adorei estar aqui, adorei sua participação e deixao este comentário que vale por vários!

    Beijos
    Irene

    Adorei

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  9. Parece ser um livro pop, escrito com intenção de agradar as crianças que brincavam de "guerra dos botões" na época do autor. É como muitos livros de hoje, que agradam nossas crianças, mas não tem conteúdo suficiente para virar clássico.

    Para durar no tempo o livro tem que focar em mais do que rotina!

    Amizade, escola, problemas com os pais... e os personagens tem que ser interessantes, realistas.

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  10. Olá Pandora, Olá Luciano,
    vim através das ressonâncias BC Amor aos Pedaços.

    Não resisto a parabenizar você Luciano pelo fantástico texto. Concordo com o que falou sobre o excesso de palavrões nos livros. Também "Não sou puritana, falo palavrão quando meu dedo mindinho bate na quina do sofá, mas acho um exagero a forma como o autor os empregou no texto." rssssssssssss.
    (soltei gargalhada nessa frase)

    Valeu! Bela iniciativa essa do lado B dos livros, Pandora.
    Beijinhos a ambos.
    Rute

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