Faz muito pouco tempo que eu comecei a minha vida com os filmes, tirando os da Seção da Tarde nas férias de Julho e Janeiro eu raramente assistia muitos filmes, na minha casa não tinha video cassete e cinema nem em sonho porque a minha religião proíbe (eu juro que é verdade não é piada).
Mas, por motivos que eu ignoro, afinal meu pai detesta assistir filme, um belo dia ele adquiriu a tecnologia do DVD (eu desconfio que foi para poder dizer com enfase: "Pra que você quer ir ao cinema?, mas isso já é mania de perseguição), eu me tornei uma pessoa digitalizada e assalariada, esses elementos mudaram minha vida em relação aos filmes \o/.
A internet coloca o mundo aos nossos pés ou melhor olhos, o DVD possibilita ver em casa o que já saiu no cinema e o salário, essa coisa maravilhosa, é o céu... Com ele eu descobri o cinema!!! Táh o pastor continua dizendo que é pecado (isso não é brincadeira), mas já dizia Terry Pratchett:
"O salário do pecado é a morte, mas a remuneração da virtude também. E o mal pelo menos vai mais cedo para casa às sextas-feiras."
(Terry Pratchett, Quando as bruxas viajam, palavras de Tia Ogg)
Táh eu sei que alguns amigos meus vão amar essa citação, mas eu acho que exagerei um pouco com ela, não é pra tanto, não teve graça!!! Porém depois que eu fui ao cinema morta de medo de cair fogo do céu e me consumir junto com a sala toda (a parte do fogo é piada) descobri que o cinema é maravilhoso! Eu adoro, é lindo... é arte e não tem como ser pecado!
Descobrir também que quando o livro vira filme nem sempre é uma experiência feliz... O filme é sempre diferente do livro, o texto de um roteiro não é o texto de um romance... O filme tem uma forma de contar as histórias muito diferente da forma de um livro...
O livro é essencialmente você, suas experiências e o autor e as experiências que ele quer contar. O filme é você, suas experiências, as experiências do roteirista, direção de arte, diretor, atores... o diabo a quatro e todo o povo junto... É muita estática... Dificilmente uma adaptação vai ser fiel 100%.
Claro existem adaptações felizes, muitooo felizes e infelizes e muitooo infelizes... As adaptações dos livros de Jane Auste que eu vi até aqui, todas gestadas na última década do século XX, foram felizes... Eu amei Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, embora goste mais da adaptação de O & P, também amei a da Abadia de Northanger, achei super fofo!
Algumas adaptações não tenho coragem de ver, o filme O amante de Marguerite Duras é um exemplo, porque morro de medo dO amante do filme não corresponder ao do livro que li tantas vezes entre os 15 e os 18. Outras eu não tenho a minima curiosidade como a de Insustentável Leveza do ser de Milan Kundera, nunca vi ninguém elogiar o filme e li que o próprio autor não gostou... #Trágico
No último post como associei algumas imagens do filme a resenha do livro Razão e Sensibilidade as pessoas esboçaram seu contentamento ou descontentamento em relação ao momento em que o livro virou filme, foram opiniões tão legais que decidir seguir esse rumo nesse post.
Não sei se dei conta da discussão, mas sei que o resultado do sorteio pelo popular metodo papelzinho feito entre as pessoas que comentaram e deixaram o e-mail foi (ah, Rafaela é minha irmã, eu barrei ela no sorteio descaradamente):
Jaci, adoro o tema então vou viajar na resposta. Não gosto de adaptações para o cinema pelos motivos que você falou e que destroem a maioria das produções. Algumas passam tão longe do texto que não deveriam ser chamadas adaptações. No máximo "inspirado no romance tal." A pior das minhas experiências foi com Todos os homens são mortais de Simone de Beauvoir. Livro maravilhoso, filme de doer. A melhor foi com Sobre meninos e lobos. Clint Eastwood e um diretor e tanto. Conseguiu traduzir o universo do autor e colocou as impressões na tela.abraço
ResponderExcluirNão querendo influenciar e/ou colocar "coisas" na tua cabeça, mas, na boa, se eu frequentasse uma igreja que diz que ir ao cinema é pecado, eu parava de ir nela. Parava mesmo. Onde que ir ao cinema é pecado? Oxe! Não dá pra engolir um negócio desses. É por essas e outras que deixei de ir a igrejas, embora, é verdade, a que eu ia, a Presbiteriana, nunca me veio com essas ideias estranhas de que ir ao cinema é pecado ou algo do gênero. Penso que certas coisas que os pastores denominam pecado têm o simples intuito de alienar os fiéis. Enfim, não vou insistir muito no assunto, senão a coisa rende.
ResponderExcluirFalando dos cinemas e suas adaptações de livros: não vi tantos filmes assim que foram adaptações de livros que li, mas a maioria foi agradável de se ver, foram adaptações bem fidedignas.
Ah, que Tita de sorte! Parabéns, sua linda!
Olha, Jaci, só não ficarei muito triste por não ter ganhado porque tenho a série "Sense and sensibility", produzida pela BBC.
Beijo!
To aqui toda contente fazendo a dancinha da vitória! :)
ResponderExcluirQuanto à comparação entre livro e filme... Meu pai sempre reclamou que os filmes nunca chegavam aos pés dos filmes. Para mim é engraçado, pq eu não me decepciono com as diferenças. Só analiso se o filme é bom ou não, independente de ter seguido ou não o original.
Mas acho que me divirto com as diferentes maneiras de contar uma história porque prefiro diversos pontos de vista e não somente um ponto estático.
Se for pensar, ninguém vai descrever uma mesma pessoa da mesma maneira, cada um enxerga diferente. Imagina uma história inteira!
Quero muito assistir ao filme "A menina do fim da rua", cujo livro já li diversas vezes e as imagens que criei povoam até hoje minha imaginação. Talvez me choque com as imagens dos assassinatos, coisa que a gente não precisa imaginar em detalhes quando lê... então talvez feche os olhos nesses momentos mórbidos!
Delicia de texto! E concordo que geralmente o filme decepciona, porém houve um que em minha opinião "superou" o livro, "O poderoso chefão". Bjo minha Pand!
ResponderExcluirEu sempre prefiro o livro, mas às vezes o filme faz com que a gente leia o livro, como para mim foi o caso do "Harry Potter", "O senhor dos anéis" e "Orgulho e Preconceito" (sim, eu fugia desse livro até ver o filme).
ResponderExcluirQuanto ao quesito adaptação, eu até hoje nunca achei alguma que fosse 100% ok. Acho que como "O senhor dos anéis" tem uma narrativa lenta, o filme teve um saldo positivo, HP teve sua história muito infantilizada, "Drácula de Bram Stoker" é um filme maravilhoso, mas mudou a essencia do Drácula (de menos perveso para mais romântico).
E eu tb tenho medo de ver algumas como por exemplo o meu amada "O nome da rosa"
Nossa, esse assunto rende pra mim! rsrsrsrsrs
Bjs
Pôxa, entre o livro e o filme existem mesmo muitas diferenças, Jaci. No momento to lembrada da minissérie da Globo- A Casa das Sete Mulheres- acompanhei quando passou na tv e de forma apaixonada, quis acrescentar mais um pouco esse momento, lendo o livro. Que decepção!Poucas semelhanças, ou quase nenhuma. Mas falando em cinema- dizer que é um pecado deve vir da ideia de encontros no escurinho do cinema...kkk. Beijão
ResponderExcluirRaramente um filme é melhor do que o livro, porque filme tem no máximo duas horas para colocar um mundo de emoções existente no livro. Às vezes uma pagina do livro já te traz uma emoção que o filme todo não consegue.
ResponderExcluirNormalmente dou um grande desconto quando vou ver um filme baseado num livro que li.
Beijocas
Obrigada, Erica! Sabia que você me perdoaria.
ResponderExcluirJaci, fiquei curiosa com uma coisa. Afinal, qual foi o primeiro filme que você assistiu?
E com o comentário da Mari eu fiquei lembrando do maravilhoso filme Cinema Paradiso... vontade de juntar todas as cenas de beijo que você perdeu (mas seria dos filmes não vistos) e te enviar, Jaci!
@TitaO primeiro filme que eu vi no cinema foi O homem de ferro!!! Coisa de nerd mesmo, eu curtir, adoro os herois pq eles brincando colocam para fora muito das ideias americanas!
ResponderExcluirRealmente tem muitos beijos que eu perdir, mas creia eu vou encontrar todos eles!!!
Eu sou uma praga enjoada que vive implicando com adaptações. Um dia ainda me arrancam a cabeça por causa disso.
ResponderExcluirParabéns pra Tita! Se bem que tínhamos que obrigar ela a ler o livro antes, que tal?
Eu também tenho problemas com adaptações. Gostei da adaptação pro cinema de O Poderoso Chefão. E essa obra é quase unanimidade entre os cinéfilos, mas é um dos poucos. Mas eu assisto sempre que posso essas adaptações, gosto de avaliar. Beijos =D
ResponderExcluircoitada da Rafaela...
ResponderExcluire me conta qual e a religuiao que proibe cinema? conta vai...
@InaieNão é bem a religião em si Inaie, mas sim minha denominação, a Assembléia de Deus de Recife, sob a liderança do Pastor Ailton, ainda tem vários tabus, um desses é o cinema, muitos ministros ainda ensinam que ir ao cinema não é correto. Quando eu era adolescente essa sensura ao cinema era mais forte, hoje nem tanto!
ResponderExcluir@Vanessa Viaje sempre, sem moderação!!!
ResponderExcluirQuerida Pandora!
ResponderExcluirAmei o seu post e é engraçado mesmo como algumas adaptações para o filme ficam tão diferentes dos livros, ou peças de teatro tb... Pra mim, tem sempre um que deixa a desejar. Gostei das dicas! ;)
Beijo, beijo!
She
Eu adorei Orgulho e Preconceito (filme). Como eu te falei ainda não li os livros, mas ano passado ganhei uma coletânea com três dela do Wagner Moura. No momento minhas energias estão focadas nAs Crônicas de Gelo e Fogo. E eu sou da teoria que você comece a lê-los porque sinto falat de alguém pra comnversar a respeito deles.
ResponderExcluirAh! E Insustentável Leveza do Ser filme eu não gostei tanto como gostei do livro. É um dos meus livros preferidos.
Beijozzz
A Aninha já começa comentando dizendo que é uma "praga enjoada"... aí é enjoada... bota enjoada nisso. Eu fui criada numa religião que diz que se masturbar é pecado. Nossa! Quase não me liberto disso. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirBeijoZzz
Muito bom seu texto, como sempre, Pan. (posso? rsrs)
ResponderExcluirBem lembrado pela Fernanda Iasi, "O poderoso chefão" é um show de filme, pouco devendo ao livro, tanto que precisou de 3 partes.
Sobre ir ao cinema ou não, proibido pelas religiões, com o tempo a gente abre a cabeça e vê os absurdos que se faz em nome de Deus. (sei de pessoas que não leem determinados autores, ou temas, por ser "proibido" também. Onde Deus (Jesus) deu essa ordem??!!)
Lembro-me de um padre (sou católica) que levou uma revista Manchete (não sei se se lembra dela) para a missa, mostrando uma reportagem (que não me lembro qual), somente para mostrar que para falar daquilo, ele tinha que ler; para falar de um filme, então, temos que assistí-lo. Temos que aprender, desde cedo, independentemente de religião, o que é bom e o que não é, como forma de ser evitado.
Há uma frase famosa (não sei de quem) que diz mais ou menos assim: "É fácil evitar o pecado, quando não se tem com o que pecar".
Enfim, acabei fugindo do tema! rsrs
Beijo!
Eu vi uma entrevista com o roteirista de O Conde de Monte cristo, onde ele disse que muita gente criticou ele, pois mudou muita coisa no filme ( que é lindo)Ele disse simplesmente que não tinha a obrigação de copiar o livro, ele tinha a obrigação de fazer um filme, ele disse: "Se quiser ler o livro, leia o livro". Depois disso eu mudei de opinião sobre adaptações, acho que o segredo para assistir uma adaptação e gostar é assistir com a mente aberta, encarar como um filme e esquecer do livro enquanto estamos assistindo.
ResponderExcluirPandora
ResponderExcluirContinuo descendo as escadas e me encantando com seus post.
Beijinhos