quinta-feira, 26 de maio de 2011

PALETÓ DE COURO



Arre! Dê o teu aboio.
Na crina do teu cavalo,
na cristalina do olho.
...Arre! Risque a estrada.

Antes que espinho te crave
vista o gibão, na caatinga.
A chuva na trave não pinga,
mas escorre no rosto.

Arre, diacho!
Que sombra morna no lombo.
Do jumento, tenho dó.

Vergado, o umbuzeiro em cacho...
sopra vesgo, em bruto tombo,
sobra-lhe este paletó.


    (Moacir Eduão)

5 comentários:

  1. Não conheço o autor e pela amostra, parece ser um dos que retrata bem a vida da gente ...

    Gostei.
    Voltarei, até porque quero saber onde para a minha querida Loli.

    beijinhos a todos os que fazem parte desta equipa.

    N@

    ResponderExcluir
  2. Moacir, como sempre, uma poesia boa demais!
    Cadê um livro seu?!
    Beijo!

    ResponderExcluir
  3. Dizem que os grandes poetas não gostam que interpretem suas poesias, é verdade Moá??

    Então não interpretarei. Simplismente deixo minha mente livre e minha alma voa até a sombra do umbuzeiro em cacho(sinto até o cheiro.

    Lindo demais.

    beijos meu.

    ResponderExcluir
  4. Final do ano, devo lançar algum livro. Estou sem saber como começar. Obrigado às palavras. O blog tem sido uma musa. Abraços!

    ResponderExcluir
  5. Perfeito Moacir!

    Arre que venço a ti e te sobras somente o que era meu.
    Lindo!

    Bjs no coração!

    Nilce

    ResponderExcluir

Para receber as postagens por e-mail:

Digite seu email aqui:

Delivered by FeedBurner